quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Prosa Poética

Através das frestas do coração o Sol invade o pequenino lugar daquela tarde, deixando um aroma de poesia
As persianas desnudas recortam no seu balançar aquilo que ao longe parece indicar um oásis. Os sorrisos, os olhares lânguidos cheios de música e paixão procuram aproximar-se dos labirintos interiores também eles iluminados pelo feixe de luzes desse momento de eternidade
Os suspiros daquela musa que encantada pela presença do amante deixa-se enlevar pelo mistério que até então desconhecia... Os seus olhos brilham como estrelas refletidas no mar. Ela agradece intimamente pelo olhar daquele que a admira. Como o de um deus que viesse de visita a esse mundo de sonhos ensolarados que é o Amor...
De todas as maneiras os olhares novamente se cruzam. Oblíquos, maneiristas, vertendo desejos, ansiando pela luz que permeia a descoberta dos sentidos...
A musa e o amante. Quanta ternura! Que aconchegante momento pinçado pela vertiginosa vida...
Os braços se abraçam de modo sensual e a brisa vem acompanhar a felicidade que envolve o casal que nada vê, nada percebe. O momento é de pura perda de si mesmo no outro...
O cenário é mínimo. Rósea é a perspectiva. Mas é o que basta para dizer muitas coisas a respeito da tranquilidade de uma tarde de amor.


Texto enviado pelo intercambio Brasil/Portugal por:
Marina Alexiou
Mestre em Filosofia pela PUC/SP
Escreve prosas poéticas



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